STF contra Usucapião de Cartórios no Youtube

STF contra Usucapião de Cartórios no Youtube

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

 

 Mandado de Segurança n. 28.279, no qual o Plenário do STF, em 16.12.2010, erradicou de vez qualquer fio de esperança de manutenção da imoral burla ao concurso público em sede notarial e de registros públicos.
 
Em brilhante voto, a relatora Min. Ellen Gracie afirmou que não há mais espaço para “feudos” neste meio e que é hora de afirmação da nossa Constituição republicana respeitando-se a confiança nela depositada por milhões de estudantes de todo o Brasil que, em legítima busca de seus objetivos, colocam-se perante livros a estudar para atingirem a qualificação necessária a acessar funções públicas em nosso país.
  
O julgamento pode ser visto e ouvido em seu inteiro teor no youtube (início do voto da Em. Ministra Ellen Gracie aos 31min40seg): http://www.youtube.com/watch?v=ExZu7RDnBPs
 
O programa “Síntese” do canal Tv Justiça também comentou o julgamento.

Conforme decisão proferida no dia seguinte pelo Min. Joaquim Barbosa (MS n. 28.280), a tese da decadência administrativa para fundamentar a “usucapião de cartórios” era a última a ser analisada pelo STF em relação à obrigatoriedade do concurso público na seara cartorial.

O Min. Marco Aurélio também negou liminar após o julgamento do dia 16.12.2011 (Ação Cautelar n. 2.768, em 20.12.2010).


Agora, já não mais qualquer dúvida: é obrigatório concurso público para cartório que vagou após a vigência da CR/88
.

Então, como bem ressaltou o Em. Ministro Joaquim Barbosa na decisão abaixo, não pode nenhum mandado de segurança de interinos com objetivo de burla a tal regra sequer ter seguimento, devendo ser peremptoriamente extinto.

Abaixo, a decisão do Min. Joaquim Barbosa, proferida em 17.12.2010, na qual fica claro que essa esdrúxula tese era o último fio de esperança da imoralidade contra a obrigatoriedade de concurso público propalada pela Constituição-Cidadã de 1988.

 
MANDADO DE SEGURANÇA 28.280
ORIGEM :MS – 122153 – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PROCED. :DISTRITO FEDERAL
RELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSA
IMPTE.(S) :ODILA ALGERI GNOATTO
ADV.(A/S) :PAULO CESAR GNOATTO
IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
(PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 2008.10.00.000964-1)
ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
 
 
Decisão
 
Decido.
 
Esta ação de mandado de segurança não reúne condições de prosseguir.
 
A impossibilidade de delegação notarial sem prévia aprovação em concurso público de provas após a promulgação da
Constituição de 1988 é incontroversa, em razão dos inúmeros precedentes já indicados na decisão que negou a medida liminar.
 
O único fundamento que ainda demandava ponderação mais aprofundada da Corte referia-se à aplicação da regra de decadência.
 
Na sessão de 16.12.2010, esta Corte decidiu que a regra de decadência é inaplicável ao controle administrativo feito pelo Conselho Nacional de Justiça nos casos em que a delegação notarial ocorreu após a promulgação da Constituição de 1988, sem anterior aprovação em concurso público de provas (MS 28.279, rel. min. Ellen Gracie, Pleno, acórdão pendente de publicação).
 
Portanto, não há direito líquido e certo a ser amparado.
 
Ante o exposto, nego seguimento ao mandado de segurança (art. 38 da Lei 8.038/1990 e art. 21, § 1º do RISTF).
 
Fica prejudicado o pedido para reconsideração da decisão que indeferiu a medida liminar pleiteada (art. 21, IX do RISTF).
 
Comunique-se o teor desta decisão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
 
Publique-se.
 
Brasília, 17 de dezembro de 2010.
 
Ministro JOAQUIM BARBOSA

Relator

Últimas postagens